26 de julho de 2012

Olhar

Quando te olho vejo vida em abundância
Mescla inquieta de alegria e dor 
Um lusco-fusco de clareza e confusão
Tudo encoberto por camadas de amor
Quando te olho vejo quase toda a substância
Toco a superfície e sinto o que te é profundo
Mar de almirante e também sedicioso 
É lá onde navega teu barco, nesse intenso mundo
Quando te olho vejo saber e ignorância
Fusão do que sabe com a insistente incerteza
Interrogações eternas e certezas rápidas
E em tudo isso reconheço tua nobreza
Pois, quando te olho, apenas te olho
Julgamento não há em meu peito inflamado
Flui em minhas veias o que foi contemplado
Entra pela janela da alma até o que ainda não foi declarado


Pintura: Rafal Olbinski

Nenhum comentário:

Postar um comentário