25 de julho de 2013

Brisa Calma

O vento vem para dar um beijo
É brisa calma, calor, afago
É tua mão gentil, doce e suave
É um bem que vem e bem me acolhe


23 de julho de 2013

Marcar

Vem devagar, sem pressa, mas com destino
Vem mostrar a mim que posso despir-me dos medos
Vem, fica perto de mim para que teu colo eu acolha
Vem, com teus olhos fechados e presente olhar
Vem me banhar de cuidados, de verdade e mimos 
Vem com doçura e calor
Vem preencher os meus dias
Vem pra me encher de alegria
Vem me orvalhar com tua delicadeza ardente
Vem me ensinar, vem me marcar por dentro



15 de julho de 2013

Gota por gota

Que nossos sonhos se encontrem
Que as paralelas se cruzem
Que nossas pernas se enlacem
Que nossas bocas nos unam
Que os olhares se molhem
Que só o amor nos abarque
Que o vivamos inteiro
Gota por gota
Pétala por pétala
Grão por grão
Sem medos
Sem pressa
Com gosto


Dentro de nós

Sinto teu gosto, teu calor
Entrego-me a teu beijo sutil e profundo
Nele mergulho pra dentro de nós
E assim, em mim, posso te ver, te ter



14 de julho de 2013

Efêmera imponência

Ele vem colorir o frio
Vem inchado de cio e flor
Se sabe fugaz, efêmero
 E por isso, imponente se faz
Derrama-se aos poucos nos chãos que o acolhe
Criando mosaicos de seda e de cor


Saber amar

Eu quero dar para ti minha candura
A delicadeza que desde sempre reconheceste
Pois, conseguiste me ver através da armadura
E do véu dos medos tolos me descobriste

Eu quero de ti toda tua doçura
E com ela teus olhares fundos
Pois, com eles encontraste minha ternura
Que feliz te devolvo como germe de amor fecundo

Eu quero para nós mansidão e ventura
Caminhos cheios de flor e beleza
Um horizonte feito de boas misturas
Que emoldure nosso saber amar com leveza


12 de julho de 2013

Mãos livres

Nem tudo na vida eu gosto
Mas, a vida gosta de mim
E me oferece desafios
Para que eu possa ser melhor
E me enche de regalos
Para que eu possa regozijar
E se há dor no caminho
É por eu insistir no que já se foi
E me fechar para o que se abre
Vou, então, deixar as mãos livres
Para que o presente pouse em mim


Pintura: Kathy Hare

Viver

Vida de vais e vens
Onda vai, onda vem
Águas calmas e turbulentas
Vida venha, mas não me dá mais um caldo
Quero calma mergulhar em ti
Apenas sentir-te em mim
Inteira viver em ti


Pintura: Elizabeth Blaylock

Decisão

Divido-me entre o desejo e razão
Ele faz com que sem medos eu me atire
Ela cheia de controles a minha frente se põe
No ato do salto segura-me
Mas, ele é forte e atrevido
Livra-se das racionais amarras
Ela não desiste e põe o dedo em riste
Ele irreverente e livre finge não ver
Pega minha mão e com decisão me leva
E eu, digo a ela: relaxa um pouco e me deixa com ele ir


Pintura: Danny O'Connor

11 de julho de 2013

Reverso

Tento fazer verso do meu reverso
Revelar a mim o que de mim oculto
E alguns olhos atentos veem
E outros tantos ao largo passam
Tento ser tecelã de minhas palavras
Tecer um manto de aconchego
E nele parir a essência do meu sentir


Pintura: Tomasz Alen Kopera 

7 de julho de 2013

Clareza

Certamente, há em mim clareza
Mas, ela gosta de brincar
Como princesa reclusa se mostra rapidamente
Ao longe avisto-a e me encanto
Mas, logo ela se recolhe, de novo fica latente
Então procuro aconchego naquilo que conheço
Caminho assim até que tudo fique de novo premente
Então, me embrenho nos meus pensamentos errantes
E me perco na fechada floresta da mente



6 de julho de 2013

Janelas

Se não posso abrir a porta
Então, eu escancaro as janelas
Eu sou ser que voa
Que anseia por novidade e leveza
Sou pássaro que quer sol e céu azul
Mas, também, sou pirilampo que a noite alumia
Mostro a luz e por instantes me escondo
Como se para mim mesma um caminho indicasse
Na verdade, não tenho tempo para tristezas
Tenho que sempre seguir adiante
Minha alma é inquieta e faminta
E se alimenta de alegria e beleza
E deseja nunca saciar-se



Robustez

Há em mim fragilidade 
Sei que é difícil perceber
Sempre vou de peito aberto
Enfrento medos e moinhos
Quem haveria de quebradiça me saber?
Sou feito árvore de tronco forte
Que na terra se enraiza e dela faz abrigo
Mas, tem ampla copa e no céu mora
Tenho meus tempos de ser seca e de ser flor
E é quando floresço que se mostra minha frágil robustez



Teia

Distraída na vida eu seguia
E assim, na tua teia caí
Senti o risco, mas não me debati
Pelo contrário, ali fiquei e me ofereci
E tu, por um tempo, só me observaste
E eu, lá ficava, de longe a te contemplar
Sentia que nada de mal me faria
Mesmo sabendo que me devoraria


Pintura: Ennio Montariello

2 de julho de 2013

Gotas

Embora soubesse da tempestade
Aquela de fora e a que desaba em mim
Hoje eu prestei mais atenção às gotas
Percebia-as únicas em meio a torrente
E a cada uma tratei como ser vivente
Como se fossem partes de mim
Eu eu parte delas também
Compreendi isso quando me livrei do senso
Então, deixei-as livres dos meus pensamentos





1 de julho de 2013

Música

Gosto tanto quando pedes que cantem pra mim
Quando escolhes as vozes e os cantos
Faz ecoar no caminho sentimentos da hora
E a música diz o que tu não sabes dizer
Transformando instantes em eternidade feliz



Gentes

Há em mim tantos sentires 
Tão grandes e intensos
Tão amplos e fortes
Que amainam e explodem
Que vão e que voltam
Arrebatam-me toda
Mas, também, arrefecem
Depois voltam imensos e me baralham a mente
É como se em mim multidão habitasse
Gentes tantas, curiosas e ávidas
Dividem-me em mim
E me deixam inteira
Para que eu possa encontrar-me
Quando contigo me encontro