19 de maio de 2013

Entrelinhas

Todo dia dedico-me a ler-te
Cada palavra, cada frase, cada sentença
Mas, o que te revelas está nas entrelinhas
O que mostra tua verdade não é leitura fácil
Por isso, folheio-te com cuidado, esmero
Acaricio tuas folhas como se tua pele tocasse
Atenta demoro-me em cada página
Leio, releio, sinto, reflito
Delicio-me com tuas confidências visuais
Enterneço-me com o tuas veladas exposições
Para ler-te é preciso mais que olhos
Necessita-se perspicácia, lucidez e imaginação
Tu és livro para se ler aos poucos
Daqueles que repousado no colo e pede silêncio
Silêncio cortado por um suspiro
Tu és livro para se ler por inteiro
Sem se ater a capítulos, sequencias
Sem ter pressa de se chegar ao final
E quando a última linha se alcançar
É sinal de que logo se deve recomeçar


Pintura: Pierre-Auguste Renoir

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