26 de agosto de 2012

Inteira

Sou um ponto no tempo
Um átimo, um sopro fugaz
Passeio pelas horas velozes
Preencho lugares vazios
Com meu vácuo premente de ser
Sou a pele que envelhece
Mas, guardo um viço no olhar
Um vigor no que há a trilhar
Pois, mesmo me sabendo um ponto
Muito pouco diante do todo
Sou inteira naquilo que sou
Ainda que pouco saiba sobre esse ente interno
Que me dá forma ao corpo que alquebra
Que aos poucos se curva à linha 
Mas, que tem energia para outro bom tanto
Sou quem segue com vontade no espaço
Na extensão que me resta a cumprir 
Para valer a existência que vivo


Pintura: Julie Hill

Nenhum comentário:

Postar um comentário