12 de agosto de 2012

Jazida


Sou uma infinda jazida
Inesgotável fonte de quimeras
Abundante em devaneios e sonhos
Copiosa em ingênua confiança
Com raras pepitas de suspeição
Exploro-me até o que penso ser a última gema
E surpreendo-me a ver que há sempre mais
Nesse veio que mescla fé e descrença
Mistura indistinta que, à vezes, me engana
Parte é clara em verdade
Outra é ouro de tolo que me burla a visão
E por instantes me fere a vaidade
Mas, nada capaz de me desviar da missão
Da árdua tarefa de a mim lapidar
Encontrar o meu cerne
 Revelar o que me é precioso
Conhecer com coragem o que veras importa
E não mais me guiar pelo brilho enganoso

Pintura: Luciana Pereira

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