3 de março de 2012

Calada

Há momentos em que tudo jorra
Sem controle ou medida se espalha
Como a água que escapa do dique rompido
Como o fogo que se alastra na mata invernal
Como vento sem cerimonia que varre as ruas
Como o grito que irrompe a noite escura
Há momentos que simplesmente tudo se estanca
Aquieta de um jeito esquisito, meio alarmante
E sem ar, me afogo numa represa de emoções
Chamusco na chama da tardia razão
Sufoco no vácuo das minhas vãs certezas
E me calo diante do incompreensível


Pintura: Bastida Bacante - Joaquim Sorolla

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