25 de dezembro de 2011

Destempero

Quantas há em mim?
Conheço a santa e a profana
Vejo o vulto da divina e da vagabunda
Misturo o tosco vidro à porcelana
Ora sou rasa ora sou profunda
Um tanto bárbara outro romana
Experimento lucidez na barafunda
Nada governo e sou soberana
Sou aconchego, mas também a tunda
Viajo sozinha ou em caravana
E assim, na vida faço caminho
Ficando entre a tímida e a atrevida
Indo à guerra de bandeira branca
Devassando minha própria guarda
Provando distância e aproximação 
Mantendo na fé a raiz da dúvida
Buscando equilibrio na corda bamba
E nesse tempero me destempero

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