Sou um múltiplo ser
Multidão me habita, faz de mim moradia
Abrigo algazarras, alegrias e festas
Mas, há estúrdia, bagunça e anarquia
Uma mistura confusa que amiúde me abarca
Sou um ser em eterna procura
Enleio olhar de águia à miopia
Tenho clareza do que me confunde
Mas, não desisto de a nitidez encontrar
E transformar o indistinto em poesia
Sou um ser agridoce
Transparente que sou revelo o sentir
Se dou cuidado às palavras
Os gestos dizem o que o verbo esconde
Na vã tentativa de ocultar o meu vórtice
E assim ando em meus dias
Investigo em mim todas as tonalidades
Desde o cinza profundo
Ao encantado arco-iris
Hei de um dia colorir o teu mundo
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