Às vezes, percebo em mim certa melancolia
Como se tivesse algo suspenso no ar
Revela-se numa voz plangente
Como se só houvesse o que se lamentar
Mostra-se num olhar premente
Típico de quem custa a acreditar
Envolve-me num cansaço insistente
Daqueles que não me deixa aquietar
Mas, também se exibe como coragem imprudente
Que pode levar o barco a naufragar
É como um buraco que me prende
Mas, não posso com isso acostumar
Mesmo que saiba que sou polaridade constante
Um tanto de belo e de melancólico
Mistura inexata de alegre com triste
Poeta que fala de amor que transborda
E também da tristeza que aperta
Sou como o palhaço que faz rir
E tem no coração uma lágrima pendente