22 de janeiro de 2014

Vagos e etéreos

Quase sempre vagos
Quase sempre etéreos
Assim são os objetos da inspiração

Tem vez que vem do ar
Um cheiro de saudade que o vento traz
Uma cor, um brilho que invade a janela
Um som que d´algum lugar chega

Tem vez que vem da água
Face vincada por lágrima escorrida
Céu acinzentado que carrega chuva fina
Tsunami de emoções extemporâneas

Tem vez que vem da terra
Chão que me guia e sustenta
Poeira que me desorienta, cega
Jardins que encantam a alma

Tem vez que vem do fogo
Brasa silente que me chamusca os pés
Lareira acesa em noite fria
Combustão espontânea de quereres muitos

E tem vez que apenas vem
Sabe-se lá de onde, apenas vem


Pintura: Emma Warren

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