Quase sempre vagos
Quase sempre etéreos
Assim são os objetos da inspiração
Tem vez que vem do ar
Um cheiro de saudade que o vento traz
Uma cor, um brilho que invade a janela
Um som que d´algum lugar chega
Tem vez que vem da água
Face vincada por lágrima escorrida
Céu acinzentado que carrega chuva fina
Tsunami de emoções extemporâneas
Tem vez que vem da terra
Chão que me guia e sustenta
Poeira que me desorienta, cega
Jardins que encantam a alma
Tem vez que vem do fogo
Brasa silente que me chamusca os pés
Lareira acesa em noite fria
Combustão espontânea de quereres muitos
E tem vez que apenas vem
Sabe-se lá de onde, apenas vem
Pintura: Emma Warren |
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