Entrego-me a ti, mas não só pouco do meu corpo
Dou-te o todo feito de incertezas e de paz inquieta
E na minha boca poderás me encontrar inteira
E é tua a primazia das minhas mãos afetuosas
Do vazio farei alimento que mantem a existência
Vou ignorar medos, desarranjos e o que afasta
E faço isso por saber de tuas mãos postas
Segurando-as, seguirei na trilha que me mostras
Ampliarei os limites do que vejo e darei a ti meus olhos
Adentrarei em teu reino solene em meu cavalo negro
E na passagem repentina misturarei sem regras o que está separado
Darei sustento ao corpo e à alma
Deixando a razão não me escravizar
Para apenas sentir o que se apresentar
Mas, calarei as vozes para te falar mais alto
E mesmo que pareça sem sentido
A ti declamarei minha vida
Imagem: Janaína Miranda |
Nenhum comentário:
Postar um comentário