Existe um tempo em que o silêncio sentencia:
Não sou o oposto do som
Sou todo o sentimento que se cala em seu âmago
Por faltar-lhe palavras para traduzi-lo.
Sou emoção talhada na rocha
Sorriso perene na dor
Cântico sussurrado às estrelas
Estrada com curvas, olhar que trilha o caminho
Boca que seca na chuva.
Sou tambor na montanha desabitada
Cores pinceladas no rio
Cândido, doce, relva e orvalho
Eu sou para o jogador o baralho que na mudança se perdeu.
Fraco, doce, amargo e no ponto.
Sou o que as mentes desatentas jamais ouvirão.
Pois sou feito o fogo, acendo, ardo e queimo e morro
Vividamente nos corações que silenciosamente gritam de saudade.
(Poesia de Lidiah Assis que pela beleza tamanha
fez-me pedir licença para aqui publicar)
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Pintura: Elisabetta Trevisan |