10 de janeiro de 2011

Ontem

Percebo a linha imaginária
Trajetória de olhares que se buscam
Encontro furtivo de pupilas dilatadas

Sinto a pele que resvala
Breve troca do calor
Tato roubado na passagem

No momento particular invadido
Ouço palavras de disfarce
Dou sorrisos de despiste

Entrego meu corpo num abraço
Dou-te minha boca para um beijo
Enquanto os números descem até a rua

Deixo meu olhos contigo
Assim quando me afastar
Ainda poderás me ver nua


Pintura: Émile Friant

2 comentários:

  1. Não saberia dizer o que é mais lindo se a poesia ou seu olhar! bjos

    ResponderExcluir
  2. Ah! Matheus, minha poesia e meu olhar são seus.
    Desde sempre.
    São muitos "ontens".

    ResponderExcluir