30 de maio de 2012

Inconstância

Viver é inconstância 
O que é quente no tempo esfria
Do gelo pode chegar-se à fervura
Aquilo que aquece se há descuido, queima
A breve paz nos prepara a tormenta
E a tempestade lava a calçada da vida
Leva embora o que já não nos pertence
[Ah! essa crença de que algo possuímos]

Viver é inconstância
O que sentimos se apresenta em ondas
É aqui, agora e também a memória
É fogaréu de instante eterno
Consome o tino e depois assossega 
Vira fumaça que confunde os olhos
Que ardem tristes com medo do fim
[Ah! essa crença de que tudo se acaba]

Viver é inconstância
É confiar sem ter segurança
É ser alegre sabendo ser triste
É ser feliz no instante presente
É sonhar o futuro vivendo o hoje
É não ter o controle da roda que gira
E ao mesmo tempo girar ao contrário
[Ah! essa crença de que existe o fixo ]


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